
- Apropriada por cantora do Piauí, música de Carlos Papae já foi gravada com cinco nomes diferentes
Wanderley Peres
No início do mês, O DIÁRIO divulgou que a cantora piauiense Marinalva Santos tinha se apropriado da música “Noites Traiçoeiras”, do teresopolitano Carlos Papae, e estava brigando pelos direitos autorais da obra, inserida num dos últimos CDs do padre Marcello Rossi. Em entrevista ao Jornal O Piauí, além de dizer-se autora da música, informando até quando inspirou-se para a composição, Marinalva disse que tinha sido reconhecida pela Associação Brasileira de Música e Artes como autora do trabalho, que teria sido produzido por ela em parceria com Vânia Nunes, em 1999, em comemoração de aniversário da igreja Assembléia de Deus em Uberlândia, Minas Gerais. “Apesar de estar sendo disputada por uma cantora do Nordeste, que a teria gravado em 2001, a música ‘Noites Traiçoeiras’ já é conhecida em Teresópolis desde 1985, gravada pelo conjunto Vozes de Sião, composição dos cantores Jorge Apolinário, Valdecir e Carlos Papae, sabidamente até então seu autor”, informou o jornal.
Sucesso nacional depois que foi gravada pelo Padre Marcelo Rossi, a disputa por “Noites Traiçoeiras” ganhou um novo capítulo essa semana. De acusadora, a piauiense Marinalva Santos agora deve ser processada pelas informações divulgadas na imprensa e pela apropriação da obra. Representante dos direitos de Carlos Papae junto as gravadoras, Luciana Fernandes, da editora Prisma, informou que Carlos Papae tem um disco de vinil gravado em 1986 como prova de que compôs a canção em 1985 e, portanto, é considerado o verdadeiro dono dos direitos autorais. Segundo a editora, existe inclusive uma ação civil, que tramita na Justiça do Rio de Janeiro, onde Carlos Papae já disputa a música com outra suposta autora, Simone Telésforo, que registrou “Noites Traiçoeiras” com o nome de “Autor da Fé”, em 1995.
Ouvida pelo DIÁRIO, Kelly Papae, esposa de Carlos, garantiu que a música do marido foi composta em 1985 e gravada em 1986, pelo conjunto Vozes de Sião, fazendo parte do LP Deus é Maior. Depois disso já foi gravada com outros quatro nomes diferentes, chamando-se “Presença Real”, na gravação do padre Ricardo Whait; “Autor da Fé”, segundo Simone Telésforo; “Deus está Sorrindo”, por Marinalva Santos e, finalmente, “Noites Traiçoeiras”, gravação de maior sucesso, feita ano passado pelo padre Marcello Rossi, vendendo cerca de um milhão de cópias. Todas essas gravações, informa Kelly, estão com os pagamentos dos direitos autorais aguardando liberação da justiça. “Recentemente, o Carlos aceitou sugestão da gravadora Sony, permitindo, a coautoria de Simone Telésforo, para que pudesse receber os 50% dos direitos autorais, na gravação do padre Marcello Rossi. O pagamento dos outros 50% estão ainda presos na justiça, como também outros direitos de exibição da música, devendo ser liberados assim que ficar confirmada na ação, que tramita da 44a Vara Cível da Comarca da Capital do Rio de Janeiro”, informa.
A assessoria jurídica da Editora Prisma informou a O DIÁRIO que irá tomar as medidas judiciais cabíveis contra a compositora piauiense pelas declarações dadas. Além de procurar a imprensa para esclarecer o episódio, a empresa que cuida dos direitos autorais de Carlos Papae já enviou um telegrama para Marinalva Santos, alertando-a da apropriação indevida. Ainda segundo a Editora Prisma, a assessoria jurídica da Associação Brasileira de Música e Artes informou que a entidade não foi comunicada de nenhuma ação envolvendo a piauiense. Ou seja, não seria verdadeira a informação dada por Marinalva e o marido Francisco Felipe em entrevista à imprensa de que teriam obtido ganho de causa em ação que teriam promovido contra o padre Marcello Rossi. Ainda segundo o site cidadeverde.com, que divulgou a notícia, a Associação Brasileira de Música e Artes negou ter tomado qualquer decisão e que tenha sido comunicada de alguma ação envolvendo Marinalva Santos.
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